Redes de Cérebros e Mentes

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               A rede de cérebros e mentes tem por essência a fundamentação biológica do conceito de informações (intelligence).

                                  (1) " Coube a Henri Laborit o mérito de ter especificadoo conceito de informação a partir da sua experiência como biólogo. Opondo o sistema fechado da termodinâmica e da matéria inerte ao sistema aberto da estrutura viva, ele definiu a informação como o que não é nem massa nem energia. A informação necessita da massa e da energia como susporte, mas, em si, ela é imaterial, posto que represente "este algo que faz como que o todo não seja apenas a soma das partes ". 

 (2) " É preciso, segundo Laborit, " generalizar rapidamente a noção de que a pessoa não é uma força de trabalho, mas uma estrutura que trata a informação e que é, igualmente, uma nova fonte de informação... Esta informação deve ter por objetivo a criação de informações - estruturas sociais que não estejam mais centradas sobre o processo da produção material".

A rede de centro e mentes é o principal ativo de uma sociedade e/ou organização. Este ativo intangível, em relação aos tangíveis, representa mais de 80% do patrimônio social e/ou organizacional. É, basicamente, representado pela inteligência ativa e eficaz, seja ela focada na propriedade intelectual ou na capacidade de aprendizado e ação. A rede, na questão em foco, é fundamentada na Engenharia de Informações e deve funcionar com base nos princípios que estruturam a rede de neurônios - estes são as unidades básicas do sistema nervoso. Os neurônios são células que trabalham em conjunto, especializadas em receber e transmitir impulsos nervosos. Por meio dessa rede de nervos, as informações transitam por todo o corpo. Em analogia, a sociedade e/ou organização deve compor a sua rede de cérebros e mentes, considerando o referencial "neurônios" em conformidade com o mapeamento cerebral: área frontal, reúne diversas habilidades, como organizar o pensamento e as informações, além de ser o centro da memóriae das emoções; área motora, coordena os músculos; comanda ações como levantar a perna ou estivar o dedo; área tátil, interpreta as sensações do tato, percebendo as características por meio do toque; área da fala, inclui as habilidades ligada à fala; ára do paladar e do olfato, identifica o gosto e o cheiro, por meio de informações captadas pela língua e pelo nariz, respectivamente; área da audição, recebe os sons captados pelas orelhas, distingue-os entre um som e outro, diferenciando os estímulos sonoros; área da visão, recebe informações focalizadas pelos olhos e faz a associação das imagens". Correlacionando este enunciado a fim de exemplicar uma questão prática no contexto empresarial, deve ser considerado: a área frontal é a área de vendas, que atua também como um centro de percepção do mercado e uma das fontes da memória organizacional, subsidiando o planejamento estratégico, a tomada de decisão, a ação e posterior avaliação. Não de forma empírica, mas, especialmente, na forma de desenvolvimento intelectual.

A rede de cérebros e mentes tem como principal recurso o repertório intelectual do agente de inteligência, qualificado em engenharia de informações. É o repertório intelectual que vai diferenciar o pensar, o planejar, o executar e o avaliar, sem priorizar a razão, mas indo além, ou seja, valorizando a intuição - dando enfase na "capacidade de captar fragmentos de experiências de forma simbólica e reorganizar as informações, compondo uma espécie de vitral de perceções*". " A intuição não é uma sensação dos sentidos ( apesar de se utilizar deles), nem um sentimento ou uma conclusão intelectual, ainda que também possa aparecer sob essas formas. A rede trem a função de fazer relacionar estratégica e operacionalmente, pessoas com mente prometéica, visionárias, cujas habilidades ganham um papel indispensável no mundo competitivo da sociedade "pós-industrial".  

"A capacidade de relacionar coisas, às vezes de maneiras estranhas e surpreendentes, é o cerne do uso criativo da mente, não importa em que campo ou disciplina " - George J. Seidel.

"Os indivíduos mais evoluídos são aqueles que têm a capacidade de integrar e associar, de forma positiva e saudável, dados e fatos que a eles estão sendo exibidos. Quanto mais você puder aprender a fazer associações ou conexões, mais aguçará e mehor utilizará seu potencial criativo e sua inteligência" - Eduardo Carmello ( livro: O Poder da Informação Intuitiva - ed. Gente ).

A Engenharia de Informações desenvolveu proposta inovadora visando dar enfâse a Rede de Cérebros e Mentes, é o Neurograma- modelo H-TC formado pelas áreas: central (núcleo de inteligência - E.I. ), áreas de inteligência, células fontes e cenários. Neste diagrama existe a interação simultânea e em tempo real das relações pertinentes e objetivadas para resultados imediatos e eficazes. É uma forma da organização aprender a enxergar com o cérebro e mente, e não com os olhos, que são "apenas" um dos sensores dos sentidos e da produção cerebral e/ou mental.

Para melhor entender a atividade de inteligência é primordial saber diferenciar cérebro de mente, informação de conhecimento e perceber que INFORMAÇÕES é a construção heurística da inteligência aplicada.

Philippe Meyer, autor de O Olho e o Cérebro - Biofilosofia da percepção visual, elucida na parte: Da percepção sensível, o seguinte: ... O mundo vivo deve a sua expansão aos aparelhos sensoriais que alertam para os perigos e ameaças que espreitam as espécies. A obra de complexificação da Evolução atingiu tanto os órgãos sensoriais quanto as áreas cerebrais da recepção. Na espécie humana, na qual culminam as dicotomias complicadas da árvore da vida, o olfato diminuiu, mas a visão, a audição e o tato se tornaram instrumentos de alta precisão. Isso graças ao desenvolvimento simultâneo dos receptores periféricos de sensações e das áreas cerebrais centrais correspondentes, que elaboramas percepções. Lembremo-nos de que estas são sensações moduladas por uma atividade cerebral complexa, em razão do inato e das estimulações do meio. No homem, em comparação com os seus antepassados zoológicos, a percepção cerebral progrediu mais do que os receptores sensoriais, como era de esperar, pois no cérebro é que se realizou o progresso evolutivo mais considerável. Os desenvolvimentos recentes da fisiologia da visão, e numa certa medida, da audição aparecem como os pré-requisitos indispensáveis de uma discussão sobre uma filosofia da percepção.

A percepção é individual, personalizada, assim como a concernente interpretação. Enquanto maior o "esforço" e sensibilidade de observação, o conteúdo e qualidade do repertório intelectual da pessoa, seu senso crítico e capacidade de interpretação, melhor será seu potencial e sua capacidade de integrar efetivamente a rede de cérebros e mentes nos projetos e práticas da Engenharia de Informações.

Fonte: Engenharia de Informações - Rede de cérebros e mentes - vanguarda empresarial e social - prof. Helbert Silva.Revista Mente cérebro, pg. 78, 79, ,80 e 81 - Sob o signo da INTUIÇÃO - Silvia Graubart.